quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Olhos Turvos

Este capítulo não fala de felicidade, não apresenta super aventuras ou atos de super herói, é um capítulo sobre perdedores numa cidade do mundo. Sobre as coisas belas e sujas, um foco no lixo.

           Tristeza pousou sobre mim nesta noite de quarta-feira, uma cidade linda - habitada por gente... E como a gente consegue ser tão baixo? Porque podemos nos achar - de alguma forma - que temos poderes sobre os outros?

           Falo sobre o Sexo forte, a sociedade fálica em que vivemos, ontem pude ver mais um recorte disso que cultuamos como coisas que, por ventura, fazem parte do que chamamos CIVILIZAÇÃO.

        Vinha em meu caminho e desviei para querer ser roubado, machucado e principalmente ferido (e não fisicamente). Não precisava ir, mas não poderia fazer outra coisa se não me atirar a esse encontro. 

           Um grito, um pedido, um frio no meu âmago e aceitei o convite. Ela falava, e o mundo calava. Desviei minha rota e encontrei com um homem com poder, um rei, um violador. Roupas rasgadas,  orgulho estilhaçado e eu. Corri, gritei. Ela se espaça e eu sucumbo a dor de uma arma em meu corpo.

           Agora eu rasgado, furtado e, sobretudo, triste. Triste comigo, triste pela impotência, triste e desolado pelo que não era meu e se foi. Triste porque não éramos mais pessoas, ao final éramos uma sombra do que um dia foi chamado humano. 

           A vida segue. Tudo "acaba bem". Nós dois agora ligados, por  uma imagem que não apagarei, seus olhos turvos a mirar os meus como que dizendo, respiramos... mais um dia. Apenas mais um.








2 comentários:

  1. Rafa...isso te persegue, né? Fico triste em saber. Fica bem!
    Beijos!

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  2. Quero saber dessa estoria viu? precisa destrincha-la pra mim. Ironicamente, o melhor texto que ja li seu ate agora!! Show de bola o uso das palavras!! Salvador neh? Brasil....enfim...

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