sexta-feira, 2 de abril de 2010

-->– Epílogo –

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O tempo passa. Agora à luz da distância, com a cabeça livre do arroubo de pensamentos idílicos sobre um mundo lá fora, posso dizer algumas poucas palavras a respeito do vivido em Buenos Aires:

A argentina representou uma fase importantíssima na minha vida. Um marco. Uma prova que é possível. Buenos Aires é uma cidade linda – pobre – mas linda mesmo. Eu cresci como ser humano e como profissional mais do que nunca. Graças a isto, eu retornei ao Brasil como todo o gás... Mas, como todo gás ele se dissipa (assunto para outra postagem. Um dia.). Mas calma, ele nunca se vai todo. Na natureza quase tudo se transforma!

Meu crescimento se deu, MUITO, graças a um ser humano incrível chamado Andrés Espinel. O meu “maestro” de canto me deu muito mais lições de vida do que as muitas de canto. Após muitas bordoadas na cara para acordar e muito serviço de psicólogo por ele prestado, eu finalmente posso dizer que ali fui feliz como há muito não era. Tudo o que eu pensava do que é ser um profissional; do que eu quero como profissional; de qual seria a minha poética. Tudo foi corroborado nesse processo e, hoje mais do que o de costume, posso reafirmar pelo que sou consumido. Por que os sinos dobram! EU SOU UM SHOWMAN!!!

Nos palcos cantados e completamente teatrais (em sua mais palpável essência) da vida vocês ainda me verão, pois “um dia uma estrela vai ouvir o meu pedido e num segundo/ eu vou amanhecer então, pra lá de toda a escuridão, além do mundo”!

Termino a prima incursão deste diário com a certeza de que não aproveitei tudo o que podia, na verdade, que muito pouco fiz, (e veja onde estou! – imagina se tivesse aproveitado tudo?! Estaria ainda mais insuportável) mas sinceramente contente, retorno desse mundo à parte chamado “Teatro Musical na Fundación Julio Bocca” na terra porteña.

Durante o percurso fui trabalhando no que seria uma reverberação do que foi visto lá, aqui no Brasil. Até um CD eu gravei, isso teve como pano de fundo a obstinação para realizar um sonho que foi gentilmente ceifado por minha Turma na ETUFBA. O Despertar da Primavera, definitivamente não será montado pela turma que se forma em Interpretação em 2010.2.  Mas, numa forma bem emblemática de dizer: I will survive. Yo viviré. Vocês vão ver!!! (kkkkkkkkkkkk)

Buenos Aires marca, além de tudo, o início de uma coisa até pouco tempo improvável: Raphael Veloso agora tem um blog. Fica desta cidade, além de seus indissolúveis sabores, valores que não posso expressar apenas redigindo uma postagem. A história do tornar possível o que nem mesmo ele sabia se era. Mas o retirante residente a um outro país se portou e fez o que devia ser feito, ele foi o Raphael que alguns hão de reconhecer (distantes – presentes – distintos – amigos). Talvez isso signifique que o velho Raphael está de volta. Talvez ele nunca tenha saído, só adormecido, talvez.

“Nessa merda de vida, não há como escapar, nessa merda de vida, eu peço, só peço, não calem, pois um dia todos hão de saber”.

(Hauahauahauahaua) Acho que isso tá ficando muito épico...

Pra terminar uma palavra clichê me diz muito sobre o vivido:
                                                                                                                Saudade.