terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Então, dando um grande salto, lançou-se pelo ar e aterrissou em segurança do outro lado. (...)"


Num tempo que tinha se fechado quase que instantaneamente, com aura de peso e vazio. Um livro, um segredo, ar renovado, sem pés no chão. Ligação ainda triste, humor transmutado como vinagre em vinho. Segundos. Um livro. Nele uma torrente de emoções infindas que ruborizaram minha face. O escarlate nas minhas veias me entorpeceu tamanha sua voracidade. O rio desaguava sem mais controle em meu olhar. Um sentimento de bem estar e a percepção do ter.
Diferente de outro momento, não foi necessário usar de seus artífices, sua persuasão, seu sentimento de despedaçar-se por um pedido, um sinal do que gostava e ainda suportar ter que estabelecer que algo só fosse entregue depois, pra não ficar mais em evidencia a falta do tato em uma questão simples. Dessa vez sem conversas, sem acordos. Sem pedir. SURPRESA. Um momento pra mudar um conceito.
Um livro. Em seu livro, meu livro, o que considerava (e não havia jamais falado novamente) O mais efêmero e sedutor feitiço da afeição. Dura tão pouco, é tão imenso.
                                                             
“Só abra quando estiver muito triste... PROMETA!” desculpe, estava tristonho, não queria medir quão grande era essa tristeza. Não queria esperar por um mal maior. Chega. Estava lá até as 17:53h. Já tinha maturado e era necessário que cumprisse seu dever.

Embasbacado. Ninguém sabe – nem é necessário – como isso agiu em minha cura.
Num livro mágico de um mundo distante uma rosa do campo exalava seu aroma mais doce e instigante.

Encantado. Mesmo. E às vezes me perco no respirar.

Tão mais em um número no mundo.