Num tempo que tinha se fechado quase que instantaneamente, com aura de peso e vazio. Um livro, um segredo, ar renovado, sem pés no chão. Ligação ainda triste, humor transmutado como vinagre em vinho. Segundos. Um livro. Nele uma torrente de emoções infindas que ruborizaram minha face. O escarlate nas minhas veias me entorpeceu tamanha sua voracidade. O rio desaguava sem mais controle em meu olhar. Um sentimento de bem estar e a percepção do ter.
Diferente de outro momento, não foi necessário usar de seus artífices, sua persuasão, seu sentimento de despedaçar-se por um pedido, um sinal do que gostava e ainda suportar ter que estabelecer que algo só fosse entregue depois, pra não ficar mais em evidencia a falta do tato em uma questão simples. Dessa vez sem conversas, sem acordos. Sem pedir. SURPRESA. Um momento pra mudar um conceito.
Um livro. Em seu livro, meu livro, o que considerava (e não havia jamais falado novamente) O mais efêmero e sedutor feitiço da afeição. Dura tão pouco, é tão imenso.
“Só abra quando estiver muito triste... PROMETA!” – desculpe, estava tristonho, não queria medir quão grande era essa tristeza. Não queria esperar por um mal maior. Chega. Estava lá até as 17:53h. Já tinha maturado e era necessário que cumprisse seu dever.
Embasbacado. Ninguém sabe – nem é necessário – como isso agiu em minha cura.
Num livro mágico de um mundo distante uma rosa do campo exalava seu aroma mais doce e instigante.
Encantado. Mesmo. E às vezes me perco no respirar.
Tão mais em um número no mundo.